segunda-feira, 1 de junho de 2015

That I would be good - um pouco sobre a doença da alma...

Eu decidi começar junho, o mês em que completo mais uma primavera, refletindo sobre o que ganhei nessa vida... Porque o que conquistei aos poucos vou aprender a entender.
Doença da alma... E para quem não acredita em alma, doença do vazio...
Você se pega sem nada, como se fosse somente um corpo sem alma, ou alguém sem pensamento. Nada faz sentido, nada tem cor, nada tem vida, nada importa.
E eu que sempre achei que nada importava me vi angustiada com a falta de importância.
Como assim quando toda a sua vida está completa você olha ao redor e nada vê?
E mesmo que todas as pessoas e palavras fossem as mesmas, não tem como optar por não sentir, por não ver...
Mas a pior parte não foi me encontrar tão vazia que passei a questionar por que deveria estar viva... eu que sempre amei a vida.
A pior parte foi lidar com o preconceito, o meu próprio e de muitas pessoas. Justo eu que pouco me importava com a opinião das pessoas...
Mas em um dos dias vazios eu descobri que eu não era mais eu... Não aquela eu que gostava de ser.
Das doenças físicas que existem e ninguém vem falar com você pra dar um jeito e ter força, levantar a cabeça, tocar a bola, seguir a vida, que alguém que te ame de verdade vai te curar, eu preferia ter qualquer uma delas, pois pelo menos eu teria compaixão, a minha própria e a dos outros, e teria paz, a tal paz e silêncio que queremos quando estamos com os sintomas "dessa" doença incontrolados e que ninguém, ou poucos, conseguem respeitar e entender.
Além de perder meu preconceito, eu também perdi outras coisas por estar assim.
Perdi manhãs de sol e céu azul, perdi noites estreladas e enluaradas, perdi momentos em que poderia ter sorrido mais, ter amado mais, ter brigado mais, ter imposto mais... Mas talvez algumas perdas tenham sido boas, talvez algumas delas ainda me machuquem...
E quando eu soube eu ganhei um abraço em meio a tantas lágrimas de negação, ganhei também uma promessa vazia, ganhei apoio mas não compreensão... Da mesma forma que ganhei o empurrão que faltava pro abismo total do meu vazio.
Eu cheguei tão fundo que jurava nunca mais ser capaz de conseguir voltar a superfície...
E agora estou aqui sendo capaz de falar sobre isso, em paz com muitas coisas.
Em paz principalmente com o significado de adeus...
Porque desde quando soube meu diagnóstico o que mais aprendi, fazendo as contas dos "ganhos", foi dar adeus ao que me afundava...
Isso significou muita dor, significa muita dor e não foram e não são poucas lágrimas nessa história de dar adeus...
Meu passado, meus remorsos, minhas culpas, meus desamores...
Minha idealização de amor, felizes para sempre, final feliz...
Meus sonhos de liberdade...
Meus preconceitos e conceitos...
Agora, a impulsiva e insensata, que antes sempre vivia carpe diem, todos os dias dormia e acordava sendo alguém que lhe machucava, em troca de desafeto e não reconhecimento.
Aquela que nunca se importou com o que os outros iriam pensar, porque no fim ninguém pagava a P@#$% do feijão que ela comia, dava seus passos e palavras para que nada desse errado, para que sempre pudesse agradar, nunca obtendo resultado e aumentando a violência contra si mesma.
É claro que um dia a angústia e a tristeza se tornariam patológicas, será que ela não percebia??
Sim, ela percebia. Mas não conseguia ter controle de evitar seguir com a maré.
Onde estava seu controle? Aquele que mesmo com a impulsividade e insensatez a fazia seguir suas próprias vontades?
E junho me traz reflexões e resultados.
Eu não me importo com o que os outros pensam.
Tem dias que choro madrugada a fora, tem dias que sorrio por nada, tem dias que não tenho amor por mim, tem dias que me amo e me cuido que quero estar em dia com meu corpo e minha mente em um segundo...
Tem dias que nem sequer levanto da cama ou vejo outra coisa que não o escuro do meu quarto, tem dias que abro a janela, me olho no espelho e me sinto linda, saio para o mundo...
Eu me respeito, e apesar de não gostar, respeito essas inconstâncias... Tão diferentes inconstâncias de quem um dia fui...
Daquela impulsiva, insensata e inconstante ainda resta o mesmo sorriso, e uma fagulha de garra, porque luto pela vida enquanto ela me arrasta pro fundo. E talvez me reste coragem, porque estou encarando minhas dores no lugar de colocar em palavras em um caderno qualquer, guardar na gaveta e no futuro colocar fogo...
Estou colando meus pedaços e descobrindo que toda arte tem sua beleza! Até a vida cheia de marcas e remendos...
E se você ler, apesar de saber que não vai fazer diferença alguma, acredite! Acredite porque um dia a cor volta, embaçada mas volta. O sentido volta, você volta para si mesmo, e tudo o que vai precisar é deixar que você entre, ocupe o espaço que tem que ocupar, e mesmo com tantos pedaços faltando será capaz de acreditar na vida...

"Que eu esteja numa boa, mesmo se eu não fizer nada
Que eu esteja numa boa, mesmo quando nada estiver legal
Que eu esteja numa boa, se eu ficasse e continuasse doente
Que eu esteja numa boa, mesmo se eu engordasse dez quilos
Que eu esteja bem, mesmo se eu fosse à falência
Que eu esteja numa boa, se eu perder meu cabelo e minha juventude
Que eu esteja ótima, se eu não for mais a rainha
Que eu esteja esplêndida, se eu não souber de tudo
Que eu seja amada, mesmo quando entorpeço a mim mesma
Que eu esteja numa boa, mesmo quando eu estou sobrecarregada
Que eu seja amada, mesmo quando eu estiver enfurecida
Que eu esteja numa boa, mesmo se eu estivesse pegajosa
Que eu esteja numa boa, mesmo se eu perdesse a sanidade
Que eu esteja numa boa, estando com ou sem você"



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Pensava em você... Novembro - 2012


Por quantas vezes vou me repetir a mesma pergunta, antes de me convencer que não existe resposta diferente da que sempre me dou. 
Para toda ação existe uma reação, e não falo de criar expectativas blá,blá blá. 
Mesmo que eu espere me surpreender o resultado nunca difere, como se realmente eu merecesse tanta estupidez.
Quem sobrevive ao cenário cíclico, sem mudanças, como se a vida já tivesse a distância de longos anos, sendo que ela se inicia. 
Eu não entendo.
Eu não me reconheço.
Ao que me prendo? Pelo o que fico? Por que não vou embora? 
Nego respostas para mim, agarrada a esta rotina, impregnada do comodismo e da falta de vontade de ver tudo bagunçado, fechar a porta por um tempo com tudo o que ficar pra trás e ser feliz. 
Eu mereceria ser feliz...
Estou precisando mesmo de algo que me balance, que venha com tudo e me bagunce, que me faça sorrir como louca no meio de todos, sem que ninguém entenda de onde vem tal felicidade. 
Estou precisando de algo que invada minha mente, com tanta força que me deixe sem fôlego, sem graça, sem rumo, mas que me pegue nesse turbilhão e me mostre a vida! 
Tenho muita energia e vontade, tento prender mas sai pelos poros, meu tempo passa por mim e me chama pro seu carnaval, olho para o lado enquanto me pergunto: o que tenho feito da minha vida...
No fim eu vou olhar e me responder que não valeu a pena, nenhuma lágrima, nenhuma tristeza, nem uma força. 
Foi muita coisa por nada. 
Estou envelhecendo minha jovialidade, implorando por beijos que deveriam ser me dados até que me faltasse o fôlego, recebendo ásperas declarações por culpas que não tenho, eu deveria ter abraços e palavras belas num fim de tarde, tão natural quanto aquilo que nos cerca...
Amores remendados não se fortificam, sugam a vitalidade de sua raiz e das vidas que nele se aconchegam... 
Amores remendados não sobrevivem, já deveríamos saber disso. 
Mas um dia eu olharei pra você refletindo tanto vazio, egoísmo e dor destas marcas. 
E talvez você busque em mim vestígios de quem te amou. 
Amor deve sempre ser alimentado reciprocamente, me perdoe querido, você não soube levar adiante todos os sonhos que tive para nós dois, me ensinou a me amar com tanta força que já faz um longo tempo que não sei mais amar você.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Outubro de 2012

Eu sei o que quero com uma certa urgência inevitável, quero felicidade.
E isto não se alcança com angústia, com imprevisão do que está por vir, então não é tão simples assim manter a calma e ter paciência.
Felicidade também não se alcança com tanta ausência, de carinho, de atenção, de consideração e de amor.
Então não é tão simples aguardar se você caminha para o lugar errado.
Felicidade não está no mesmo lugar onde se encontra toda essa ausência e ainda uma amostra, talvez não tão pequena como é definida, de que a sua vez de ter essa presença já passou.
Felicidade não é encontrada quando se deixa o tempo passar.
Com o passar do tempo encontramos respostas, encontramos conforto para dores passadas e encontramos memórias.
O tempo passa para que possamos esquecer, esquecendo não poderemos ser felizes.
Vamos ser sábios ou tolos, vamos amadurecer ou enlouquecer, então para quem quer felicidade é totalmente cabível a preocupação com o tempo que se leva numa espera.
Aí está outra limitação da felicidade, esperar.
Não posso acreditar que para ser feliz é mesmo preciso esperar quando já se sabe o que se quer.
Quando se sabe o que quer você tem uma meta, não precisa esperar para alcançá-la. Vista-se de coragem para enfrentar as vitórias e derrotas e você logo estará lá com o que almeja.
Eu quero felicidade e por todo o tempo pensei que a teria em partes do que me ofereciam, mas não! Felicidade se encontra no inteiro daquilo que te satisfaz,então eu estou buscando minha meta!
E para alcançá-la estou deixando pelo caminho tudo que me vem em parte mínima ou o que me vem pela metade.
Então se não puder me dar o inteiro ou o máximo, nem se aproxima.
Poderia estar me atrapalhando a encontrar mais rápido o que venho procurando.
E olha todo mundo sabe as respostas, evitar proferi-las é evitar a felicidade, então não ter certeza não é a fundamentação correta, você sabe exatamente onde tudo vai chegar e sabe para onde quer ir e o que quer de tudo o que está acontecendo.
Fala logo a verdade e sinta-se livre e recompensado por impulsionar à alguém o encontro com a felicidade.
E eu quero a felicidade, se para possui-la e com ela conviver por longos e longos dias eu ainda tenha que escutar a dor e dar o primeiro e real passo de seguir em frente é isto que estou fazendo agora.
Porta trancada sem que eu tenha ou saiba onde está a chave para abri-la não me levará a felicidade.
Insistir batendo e não saber se ela realmente abrirá não me levará a felicidade.
Então sinceramente antes que toda essa realidade me machuque a tal ponto que me impeça de acreditar no que quero " vou ali ser feliz" e quanto ao "já volto", ficarei devendo sempre!
Eu bem que tentei acreditar que aqui teria felicidade, mas felicidade é um pouco maior do que isso e é mais simples de se alcançar quando se aprende o que é preciso para consegui-la.
Felicidade não exige esforço,é algo tão simples e natural que perdemos muitas vezes por acreditar que ela exige de nós o impossível.

Sem a mínima chance de recomeçar outubro - 12

Não é orgulho não,é fraqueza,desânimo pra encarar outra vez a mesma história.
Como você acha que me sinto?
Acha que me acostumei em ser quem destrói feriados perfeitos,finais de semana perfeitos,aniversários perfeitos,noites perfeitas...ah qual é!
Já carrego muita culpa que não me pertence, então o espaço que tenho destinado pra isso está repleto,tenho que deixar uma reserva para os meus erros,tenho que aprender a me desculpar por àquilo que eu estrago, não por àquilo que me atinge e me derruba, me machuca e me faz derramar lágrimas.
E depois lá estou,me desculpando por ter sofrido com o que fizeram contra mim!
Eu prometi pra mim mesma que não me esforçaria pelo o que não me faz bem, que me sufocaria de tudo aquilo que é bom,de todas as pessoas que me fazem sorrir mais do que chorar, não fosse assim eu abstrairia.
Resolvi neste momento cumprir minhas promessas, não importa o quanto isto possa me custar, afinal percebi que meu coração e minhas lágrimas são bens valiosos para andarem sendo distribuídos sem cautela, mas que o meu sorriso, este eu daria até pra solidão e tristeza que andaram me acompanhando por estes dias, maneira de agradecer por estar viva.
Você consegue perceber a conclusão que posso chegar quando você me deixa e fica distante com toda está facilidade?
Que coisas banais valem mais do que o sentimento que cultivamos, que a importância da nossa convivência e bobagens do dia a dia, como um oi, tudo bem e boa noite, sei lá, é tão ínfima a ponto de ser descartada sem exitar?
E quando nos tornamos parte daquilo que nada significa,o melhor é seguir em frente com suas lembranças e marcas do que lutar com todas as forças contra o invencível, com o risco de perder a si mesmo sem a mínima chance de recomeçar.

Dezembro de 2012

Você se afastou demais, de uma maneira que deixou de fazer falta
Eu acreditei que um dia sua ausência me causaria as maiores dores que já senti
Sua ausência me demonstrou que já era chegado a hora do adeus
Não adiantaria insistir, porque fiz isso muitas vezes
Lembra de todas aquelas vezes que você me derrubou, me machucou com suas palavras, voltou e mesmo sangrando eu seguia ao seu lado
Eu ainda acreditava, ainda tinha alguma coisa que me fazia acreditar que valia a pena
Dessa vez nem eu mesma sei em que parte do caminho nos abandonamos
Nenhum amor sobrevive alimentado por veneno

Pensamentos de um passado...


Não poderíamos notar o espaço que existe entre a sutileza de uma dúvida e uma áspera acusação...somos egoístas o suficiente para isto.
Sinos soam de maneiras diversas a depender de que lado você está,assim, é necessário ouvir o som para defini-lo.
Um dia você pergunta: pode o tempo me ferir se ele é o senhor das curas?
O tempo te traz o silêncio e te faz acreditar que existe erro em não conhecer todas as respostas.
Em um mesmo dia você é acertado por todos os sons que te acusam de ser errado, de não ser bom o suficiente para estar na presença de outros, de não ser digno de respeito, de só valer por uma noite de satisfação de desejos, de derramar decepção sobre sorrisos de felicidade, de destruir perfeições planejadas para toda uma história.
Porém para tudo o que estes sons possam ter te causado existiria o perdão dos que compreendem a explosão da raiva?
Ou a resposta de que fácil é ferir por um longo tempo, deixando grandes marcas para então ser perdoado.
E no silêncio do tempo, na razão dos questionamentos de quem não conhece tudo e se depara com o novo...
Perguntas silenciosas rodeiam sua mente na solidão, o que fazer dos dias em que duvidou do seu lugar?
O que concluir quando você passou a ser acusado para que outro alguém pudesse ser defendido em seu lugar?
O que responder quando esqueceu o cansaço para estar ao lado de alguém e este mesmo alguém não esqueceu o cansaço para estar ao seu lado?
E reticências e perguntas.
E a sensação de ser a número um do plano b.
Priorizando migalhas de sentimento,desenhando belos quadros do que resta.
Veja que talvez você não tenha mais entusiasmo para colar cacos e a arte cheia de remendos antigos passa a ficar cheia de falhas.
Entre a sutileza da dúvida e as acusações ásperas você escolhe por amar a si mesmo, se isto não for suficiente pra você nada mais que se aproxima será capaz de te fazer uma pessoa melhor.
Não sei por quanto tempo ainda vou viver, mas sei que do tempo que já vivi não tenho mais paciência para muitas coisas... falsos moralismos e desculpas esfarrapadas, o passado todo que não vai mudar a minha realidade miserável.
Muito blá blá blá.
Se tudo um dia foi desse jeito e você nada fez, contente-se, este é o presente. Recontar suas memórias não vai fazer o que acontece agora mudar, vai sim alimentar, talvez, o ódio e a descrença. Ódio pelo peso que carrego, descrença na sua piedade.
Ninguém escolhe o próprio destino ou o meio em que nasceu. Mas não considero um pecado imaginar como seria se eu não pertencesse a isso. Nem mesmo posso considerar que isto tenha me tornado o que sou.
O medo não faz de ninguém corajoso.
A dor não faz de ninguém mais forte, muito menos as perdas.
Você é quem escolhe ser quem você é.
Tudo o que me recordo só faz de mim uma pessoa cansada.
Cansada de tentar alimentar amor por conveniências ou laços, já que alimentar amores naturais e conquistados aos poucos é muito mais prazeroso.
Cansada de lutar por coisas que não estão ao meu alcance. Deixa pra lá, segue a vida. Não fica voltando pra tentar colar cacos não!